Nos últimos dias, um fenômeno surpreendente tem chamado a atenção dos moradores de regiões próximas ao rio Itanhém, também conhecido como rio Alcobaça, em cidades do extremo sul da Bahia. Uma mudança abrupta na coloração da água tem gerado preocupações ambientais e despertado debates sobre as possíveis causas por trás dessa transformação.
Imagens feitas na tarde desta terça-feira (21) pelo Água Preta News, no poço conhecido como Rio Piatã, situado no município de Teixeira de Freitas, revelam uma tonalidade esverdeada nas águas do rio, sinalizando uma alteração significativa em seu aspecto natural. O rio Itanhém, nascido no distrito de Monte Castelo, município de Fronteira dos Vales, em Minas Gerais, percorre seu curso de oeste a leste até desaguar em Alcobaça, no extremo sul da Bahia, onde encontra o Oceano Atlântico.
A mudança na coloração levanta suspeitas sobre a possível proliferação de cianobactérias, organismos microscópicos comuns em ambientes aquáticos e que podem se reproduzir rapidamente em determinadas condições. Estas bactérias, além de alterarem a cor da água, podem produzir toxinas prejudiciais à saúde humana e à vida aquática.Nesses casos, autoridades ambientais devem monitorar de perto a situação e coletar amostras para análises laboratoriais detalhadas, visando identificar a causa exata da mudança na coloração e confirmar se a presença de cianobactérias está de fato ocorrendo no rio Itanhém.
A população deve ser orientada a evitar o contato direto com a água do rio até que as análises e medidas adequadas sejam tomadas pelas autoridades competentes.
Diversos fatores podem contribuir para o crescimento excessivo das cianobactérias:
Nutrientes em excesso: Altos níveis de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, provenientes de esgotos, fertilizantes agrícolas ou descargas industriais, podem estimular o crescimento desses organismos.
Temperatura e luz solar: Águas mais quentes e exposição prolongada à luz solar favorecem o crescimento, especialmente durante os meses mais quentes do ano.
Estabilidade da água: Águas paradas ou com pouca circulação são propícias para o florescimento das cianobactérias, pois essas condições oferecem ambiente estável e nutrientes concentrados para seu crescimento.
Alterações no equilíbrio ecológico: Mudanças no ecossistema local, como a remoção de predadores naturais das cianobactérias, podem permitir que esses organismos se multipliquem sem controle.
Quando há um aumento descontrolado das cianobactérias, elas formam grandes aglomerações, chamadas de florações, que podem afetar a qualidade da água, mudar sua cor e liberar toxinas prejudiciais para seres humanos, animais aquáticos e ecossistemas. Essas toxinas podem causar problemas de saúde, desde irritações na pele até problemas neurológicos graves, dependendo da quantidade e do tipo de toxina presente.