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ECONOMIA

Café do ES bate recorde com receita de quase R$ 10 bilhões em exportações; produto chega a custar R$ 50 no supermercado

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Especialistas projetam crescimento das exportações de café entre 20% e 25% em 2025. Enquanto isso, o preço para o consumidor não para de subir nos supermercados. Exportação do café bate recorde histórico em 2024

A exportação de café do Espírito Santo bateu recorde em 2024, movimentando mais de 8 milhões de sacas e gerando uma receita de quase R$ 10 bilhões para a economia capixaba. A valorização do produto no mercado internacional e as dificuldades enfrentadas por concorrentes diretos (outros países produtores) impulsionaram a demanda pelo café produzido no estado.

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Enquanto o produto capixaba se beneficia lá fora, no mercado interno o café também bate recordes nos preços para os consumidores. Nos supermercados, o quilo chega a valer R$ 50. Nos próximos dois meses, o valor pode subir mais 25%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Segundo Sandro Rodrigues, secretário-executivo do Centro do Comércio de Café, com a escassez do produto em algumas regiões do mundo e os altos custos logísticos enfrentados por outros países produtores, o grão capixaba tornou-se altamente competitivo no mercado internacional.

"Outros concorrentes do Espírito Santo na produção de cafés, como Vietnã e Indonésia, tiveram restrições de oferta devido a condições climáticas adversas. A geopolítica mundial afetou a logística. Portanto, essas origens produtoras que forneciam maciçamente para Europa tiveram um custo logístico muito alto para transportar seus cafés. Antes, eles eram transportados pelo Mar Vermelho e, agora, precisam contornar o Atlântico para chegar à Europa, de modo que o nosso café ficou muito competitivo em termos de preços", explicou Sandro.

No ano passado, o produto passou por uma curva de valorização. O preço da saca de café conilon chegou a R$ 1.160, enquanto a do café arábica foi comercializada a R$ 1.450, e a do café solúvel, R$ 1.200.

Espírito Santo é o principal produtor de café conilon no país

Fernando Estetevão

Essa alta no preço beneficiou a economia do interior capixaba, onde 70% das propriedades rurais estão ligadas à cafeicultura.

"É uma receita que circula no interior do estado que permite mais investimento, melhor distribuição de renda e mais desenvolvimento para nossa economia", acrescentou Sandro.

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Outro fator que foi fundamental para o recorde das exportações é a capacidade de escoamento da produção. Em 2024, o Espírito Santo também registrou o maior volume, cerca de 450 mil toneladas do produto foram escoadas pelos portos de Vitória e Capuaba, com destino a países como Bélgica, Itália, Espanha, Estados Unidos e México, os maiores compradores.

"O último embarque realizado aqui foi uma operação com muita produtividade. Acho que o mercado como todo, o setor em si, ficou bastante satisfeito. Estamos trabalhando para que outras operações desse tipo ocorram, mas também temos diálogos abertos com o Centro do Comércio de Café, um grande parceiro nosso, para que a gente estabeleça, eventualmente, um armazém dentro do Porto de Vitória e que torne essas operações ainda mais competitivas e eficientes", disse o diretor comercial da Vports, Pedro Benevides.

Especialistas projetam crescimento das exportações de café entre 20% e 25%

Fernando Estetevão

Os produtores estão otimistas para 2025. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê um crescimento de 20% na produção. Porém, segundo secretário-executivo do Centro do Comércio de Café, interlocutores do setor projetam uma alta de até 25%.

"A medida em que nós tivermos café conilon disponível, as exportações seguirão fortes, crescentes, com preços compensatórios e firmes. Nós teremos uma boa perspectiva para a cafeicultura e para a economia do Espírito Santo com um todo", projetou Sandro.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (Seag), considerando café cru em grãos, café solúvel e café torrado/moído, o volume exportado do Espírito Santo para a União Europeia, cresceu significativamente no ano passado, saindo de 1,6 milhão de sacas exportadas em 2023 para quase 4,1 milhões de sacas em 2024, ou seja, foram 2,4 milhões de sacas a mais, um aumento 150%.

Café conilon produzido em Jerônimo Monteiro conquista título de melhor do Brasil

Tá caro para o consumidor

Além de mais caro no mercado externo, o café pesa cada vez mais no bolso do consumidor brasileiro. O produto já é o mais caro da cesta básica, com alta de 37,4% em 2024 sobre o ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

E a tendência é de alta. Segundo Pavel Cardoso, presidente da Abic, o preço deve subir mais porque a indústria ainda não repassou ao consumidor toda o custo da compra de café, A expectativa da associação é de que no segundo semestre o preço possa melhorar.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apenas em janeiro, um pacote de 600 gramas do produto subiu 11,66%.

Café na prateleira de supermercado

Reprodução/EPTV

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