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Agência diz que principais operadoras já cumpriram ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. Restrição à plataforma de vídeos deve seguir até que empresa apresente representantes legais no Brasil. Rumble é uma plataforma de vídeos semelhante ao YouTube que passou a ser bastante popular entre conservadores nos EUA a partir de 2021ReproduçãoA Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) espera que as empresas do setor efetivem, até o fim deste domingo (23), o bloqueio de acesso à rede social Rumble.O Rumble é alvo de uma ordem judicial, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão dos serviços da plataforma de vídeos no Brasil.Em decisão na última sexta-feira (21), o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que a rede tem descumprido, de forma reiterada, ordens do Poder Judiciário. A exemplo do que ocorreu com o X em 2024, Moraes mandou que os provedores bloqueiem o Rumble até que a plataforma cumpra ordens, pague multas e indique um representante legal.Segundo o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, todas as empresas de telecomunicações do país já foram notificadas sobre o conteúdo da decisão do Supremo. A expectativa de Baigorri é que o procedimento de bloqueio, que tem de ser feito por cada provedor, seja concluído pelas empresas ainda neste fim de semana. Responsável por repassar a ordem às empresas, a Anatel deve encaminhar a Alexandre de Moraes, na próxima segunda-feira (24), um balanço do cumprimento da decisão.O presidente da agência confirmou à GloboNews que as principais operadoras de internet do Brasil já concluíram o bloqueio de acesso à rede"Ao longo do fim de semana, aguardamos que as demais empresas do setor de telecomunicações, que somam mais de 20 mil empresas, executem os seus bloqueios. A partir de segunda-feira, vamos verificar a amplitude do cumprimento da decisão judicial e reportar isso ao ministro Alexandre de Moraes", afirmou Carlos Baigorri.Moraes x RumbleMinistro Alexandre de Moraes bloqueia a rede social Rumble no BrasilO Rumble já havia sido alvo de decisões do ministro Alexandre de Moraes. Antes do bloqueio, na quinta (20), o magistrado determinou que a empresa nomeasse um representante legal no Brasil.Em uma série de publicações no X, o CEO da empresa, Chris Pavloski, classificou a ordem de Moraes como "ilegal" e disse que a empresa não cumpriria decisões do Supremo."Você não tem autoridade sobre o Rumble aqui nos EUA, a menos que passe pelo governo dos Estados Unidos. Repito — nos vemos no tribunal", escreveu Pavloski na quinta.A provação de Chris Pavloski faz referência a uma ação judicial do Rumble e de uma empresa de comunicação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o ministro Alexandre de Moraes na Justiça americana.As companhias acusam Moraes de "censurar contas pertencentes a um usuário brasileiro baseado nos EUA".Horas antes da decisão do STF de bloquear a plataforma, o CEO do Rumble voltou a mencionar Alexandre de Moraes no X. Em uma publicação, ele criticou a decisão pessoal do ministro de apagar seu próprio perfil no X.Sem apresentar qualquer prova, Pavloski disse que Moraes estaria "apagando registros"."Parece que Alexandre de Moraes excluiu sua conta no X, possivelmente apagando registros. Essa não é a conduta que se espera de um ministro da Suprema Corte em qualquer país. Meus advogados enviarão imediatamente solicitações de preservação ao X para garantir que esses registros não sejam destruídos", escreveu o CEO da plataforma.O Rumble é uma rede social de vídeos similar ao YouTube, do Google, inclusive no visual. Lançada em 2013, a plataforma é bastante popular entre conservadores nos EUA. Ela diz que sua missão é "proteger uma internet livre e aberta" e já se envolveu em diversas controvérsias.Ao decidir pelo bloqueio à plataforma no Brasil, Alexandre de Moraes escreveu que o Rumble tenta se colocar "fora da jurisdição brasileira – em gravíssimo desrespeito à legislação e soberania nacional".Segundo Moraes, o desrespeito da empresa a ordens judiciais "potencializará a massiva divulgação de mensagens ilícitas, acarretando forte carga de desinformação, possibilitando gravíssimos atentados à democracia".