Eu Te Explico #128: pioneirismo e desafios das mulheres no comando de forças de segurança na Bahia

Participam do episódio Heloísa Campos de Brito, delegada-geral da Polícia Civil; Ana Cecília Cardoso Bandeira, diretora-geral do DPT-BA; e a tenente-coronel da PM-BA Roseli de Santana. No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o podcast Eu Te Explico traz um bate-papo com mulheres do alto escalão de instituições da Segurança Pública do Estado da Bahia, as polícias Militar, Civil e Técnica. Com predomínio de homens, as entidades historicamente têm figuras masculinas dominando a operação, gestão e a tomada de decisão.

Nesta edição, o apresentador Fernando Sodake conversa com essas mulheres sobre machismo, assédio, autoestima, desempenho no ambiente de trabalho, superação, rotina e desafios.

Participam do episódio Heloísa Campos de Brito, delegada-geral da Polícia Civil da Bahia; Ana Cecília Cardoso Bandeira, diretora-geral do Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT-BA); e a tenente-coronel Roseli de Santana, a primeira mulher a comandar um batalhão na história da Polícia Militar da Bahia.

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Fernando Sodake conversa com Heloísa Campos de Brito, Ana Cecília Bandeira e Roseli de Santana no episódio 128.

Jade Coelho/ g1

Machismo

Quando se formou na Polícia Militar da Bahia, Roseli de Santana era uma menina franzina de pouco mais de 20 anos. Foi a primeira mulher a pisar fardada no primeiro quartel que foi designada para trabalhar, o 6º Batalhão, em Salvador, responsável pelo policiamento dos bairros Rio Vermelho, Ondina e Graça. Os episódios de machismo e descrédito vivenciados por ela não se contam nos dedos.

"Quando eu estava no quartel, os policiais já pertencentes, soldados, cabos, sargentos, às vezes muitos com a idade de serem meus pais, faziam a volta por onde eu estava para não terem que prestar continência para uma menina de 23 anos que era superior hierárquica deles. E faziam uma outra volta inimaginável na gramática para não me chamar de senhora", lembrou.

Tenente-coronel Roseli de Santana é a primeira mulher a comandar um batalhão na história da PM-BA.

Natally Acioli/g1

Educação

Primeira perita criminal a assumir a gestão do DPT-BA, Ana Cecília Cardoso Bandeira é de família humilde. Filha de uma empregada doméstica que tinha apenas o ensino fundamental, teve em casa incentivo e estímulo para que tivesse uma educação de qualidade. A diretora credita a essa oportunidade o lugar que ocupa. Para ela, a educação é o caminho que as mulheres têm de crescer profissionalmente.

Ana Cecília é técnica de Química e trabalhou por 10 anos no Polo Petroquímico, onde foi incentivada a prestar concurso público para o DPT. Estudou também Matemática e Química na Universidade Federal da Bahia (Ufba).

"A capacitação é o que possibilita, é um diferencial que cada profissional tem na sua instituição para alçar cargos maiores e eu acredito nisso, inclusive a minha nomeação para este cargo, para mim foi uma grande surpresa, primeiro por ter sempre o histórico de mais homens e ter sido realmente uma escolha estritamente técnica, pelo meu perfil de carreira, então eu devo tudo realmente a essa oportunidade da educação".

Ana Cecília Cardoso Bandeira, diretora-geral do Departamento de Polícia Técnica da Bahia.

Natally Acioli / g1

Estereótipos

Heloísa Campos de Brito ingressou na Polícia Civil da Bahia como delegada aos 23 anos. Responsável por liderar e supervisionar investigações criminais de policiais que tinham só de atuação na corporação mais tempo do que ela tinha de idade. O fato de ser jovem, mulher e a aparência a fizeram passar por inúmeras situações de descrédito, em que precisou se impor.

"Já aconteceu em uma delegacia de ouvir 'minha filha, chama o delegado, você não serve, não'. A decepção deles era entrar e me encontrar".

Heloísa Campos de Brito, delegada-geral da Polícia Civil da Bahia.

Natally Acioli/g1

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Delegada-geral fala sobre estereótipo de mulher no comanda das forças de segurança

Tenente-coronel fala sobre machismo no ambiente de trabalho

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G1 - Bahia