Semana de Vacinação nas Américas quer aplicar 66,5 milhões de doses

Os países do continente americano fazem, nesta semana, um esforço extra para aumentar as coberturas vacinais.

Foto de Medeirosneto.com Por Medeirosneto.com
28/04/2025 às 18:50:08

Foto: Agência Brasil - EBC
Foto: Agência Brasil - EBC

Os países do continente americano fazem, nesta semana, um esforço extra para aumentar as coberturas vacinais. Durante a Semana de Vacinação nas Américas, que começou no sábado (26) e vai até o dia 3 de maio, o objetivo é aplicar cerca de 66,5 milhões de doses de vacinas.

Neste momento, há atenção especial para a imunização contra o sarampo, diante dos surtos registrados nos Estados Unidos, Canadá e México, com mais de 2,6 mil casos confirmados e três mortes. O número é mais de dez vezes superior aos 215 casos registrados no mesmo período de 2024.

No ano passado, o Brasil voltou a receber o certificado de país livre do sarampo, e, por enquanto, os casos confirmados neste ano não comprometem o título, já que não há transmissão sustentada da doença em território nacional.

Para evitar que isso aconteça, o Ministério da Saúde convoca todas as pessoas que não receberam a vacina na infância, ou que não têm certeza se receberam, para tomar a tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola.

A chefe de Saúde e Nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância-Unicef no Brasil, Luciana Phebo, lembra que o Brasil exerce uma grande influência regional e, historicamente, é um bom exemplo de sucesso na política de vacinação. Por isso, evitar que o sarampo volte a circular em território nacional tem uma importância ainda maior.

"O sarampo é um vírus que se dissemina muito rápido, e ele mata, especialmente, crianças desnutridas ou que têm uma imunidade afetada. O controle do sarampo também é um marcador importante de que o programa nacional de vacinação está funcionando bem, não só com relação ao próprio sarampo, mas para as demais vacinas", afirma Luciana Phebo.

"O Brasil já eliminou o sarampo e perdeu esse certificado alguns anos atrás. Agora, esperamos que isso não aconteça, não só pelo pela importância interna, mas também pela importância que o Brasil tem no mundo", complementa.

Febre amarela

Outra doença que pode ser prevenida por vacinas, mas tem causado grande preocupação este ano é a febre amarela. Até o momento, 189 casos foram confirmados em todo o continente, três vezes mais do que os registros de todo o ano passado. O Brasil se destaca, com 102 casos e 41 mortes.

A campanha organizada pela Organização Paramericana da Saúde (Opas) traz neste ano o tema "Sua decisão faz a diferença". Além de elevar as coberturas vacinais, a iniciativa pretende contribuir com as metas de eliminação de doenças, que buscam a eliminação de mais de 30 enfermidades até 2030. Entre elas, estão 11 previníveis com vacinação, como o sarampo, a febre amarela e a hepatite b, além da meningite bacteriana e do câncer de colo de útero.

Doenças não têm fronteiras

O assessor científico sênior da Fundação Oswaldo Cruz, Akira Homma, destaca a importância de ações coordenadas entre os países: "Os agentes infecciosos não têm fronteiras, então é preciso vacinar todo mundo para gente ficar realmente protegido. Principalmente quando a cobertura vacinal está caindo em outros países, nós precisamos manter as coberturas altas, porque, assim, mesmo que uma pessoa doente de outro país chegue aqui, a doença não vai e disseminar, se tornar um surto ou uma epidemia"

Mas ainda que o aumento das coberturas vacinais seja um desafio global, Homma e outros especialistas defendem que é preciso focar nas realidades particulares de cada comunidade, inclusive para combater a desinformação.

"Ao invés de a gente falar sobre a eficácia da vacina, por exemplo, a gente tem que fazer essa tradução para a população. Isso é a popularização da ciência, popularização do conhecimento. Como fazer isso nas diversas realidades que a gente tem no país? A gente tem que consultar quem tá la na base, as pessoas que trabalham e as pessoas que vivem nesses territórios", destaca Lurdinha Maia, que também é pesquisadora da Fiocruz.

Os dois especialistas coordenaram, de 2021 a 2023, o Projeto pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais, que ajudou os dois estados com os piores índices de vacinação contra a poliomielite, Amapá e Paraíba, a alcançarem as metas, após intervenções baseadas nas realidades dos municípios.

"Um dos grandes problemas que a gente detectou nesse projeto é a questão do acesso aos centros de vacinação. Aqui no Rio de Janeiro, tem esse centro especial [Super Centro Carioca de Vacinação], que funciona até 22h e também sábados, domingos, feriados. Isso facilita a população a completar a vacinação. A vacina tem que ser levada aos pontos de aglomeração, metrô, aeroportos, shopping center... Essas iniciativas têm que ser reproduzidas em outros municípios".

Fonte: Agêmcia Brasil
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