AUTOTRANSFUSÃO REDUZ TRANSFUSÕES DE SANGUE EM CIRURGIAS
O paciente Railton Oliveira Santos, de 69 anos, foi o primeiro a realizar um procedimento cirúrgico utilizando um aparelho inédito no Extremo Sul da Bahia. A máquina chamada de Recuperação Intra-operatória de Sangue, veio de Salvador a pedido da família. O procedimento ocorreu nesta segunda-feira, 22 de Fevereiro, no hospital SOBRASA em Teixeira de Freitas.
O Sr. Railton submeteu-se a uma prostectomia radical + linfadenectomia pélvica; cirurgia considerada de grande perda de sangue, e em algumas cirurgias como essa, se transfunde sangue ou hemocomponentes. Por motivos de convicção religiosa, o paciente não aceita transfusão alogênica, que utiliza o sangue doado por outras pessoas.
A cirurgia foi realizada pelos cirurgiões urológicos Dr. Ulisses Lopes Guerra Pereira Sobrinho, Dr. Tarcisio Sandes Ronacher e equipe, tendo como anestesista o Dr. Fernando Freitas. Trazendo o que há de melhor e mais moderno para essa cirurgia, foram utilizados técnicas de Patient Blood Management (PBM), que é um conjunto de estratégias médicas e cirúrgicas seguras contra anemia e grandes perdas sanguíneas, incluindo um protocolo de elevação de massa eritrocitária pré-operatória e hemodiluição normovolêmica intra-operatória, evitando assim, o uso de sangue alogênico e melhorando os resultados e recuperação do paciente.
“Com o uso da máquina de recuperação intra-operatória, é possível reduzir a necessidade de transfusão de sangue, pois o equipamento retira o sangue que seria perdido e o recupera para ser novamente transfundido no paciente. Isto é importante principalmente para pessoas que se recusam a receber transfusão de sangue, pois ao mesmo tempo em que ocorre a cirurgia, a máquina trabalha recuperando o sangue do paciente”, explica o cirurgião.
“Com a utilização da máquina, diminui a necessidade de hemotransfusão que, dentro da cirurgia, é um grande feito, por conta do pós-operatório, trazendo menor risco de complicações e mortalidade. Sem a hemotransfusão, o paciente tem alta hospitalar mais cedo, além de não correr riscos de complicações, infecções ou reações inflamatórias”, finaliza Dr. Ulisses.
A cirurgia pioneira na região, pode abrir espaço para outros pacientes, visto que a máquina não é utilizada apenas pelas Testemunhas de Jeová, mas também por aqueles que possuem incompatibilidade sanguínea ou que por outro motivo, não possam se submeter a transfusão de sangue.
Benefícios para o paciente:
• Método seguro, confiável e de ótimo custo benefício.
• Procedimento maximiza a segurança, a recuperação do paciente e a qualidade do sangue.
• Elimina os riscos associados a erros durante a manipulação de bolsas de sangue para transfusão.
• Minimiza os custos associados ao uso de transfusão sanguínea alogênica.
• Reduz o uso dos produtos do banco de sangue, minimizando o risco de transmissão de doenças, reações adversas, rejeição e demais complicações comuns após a transfusão.
• Facilita a questão de estoques de sangue, devido à escassez de bolsas sanguíneas no banco de sangue.
• Fornece uma opção para aqueles que possuem objeções de origem religiosa à transfusão sanguínea.
• Processa eritrócitos com níveis de 2,3 DPG normais e viabilidade superior à doação autóloga de sangue pré-operatória.