O número de óbitos por Covid-19 entre pessoas com 80 anos ou mais caiu 47,5% na Bahia, na comparação entre março e abril desse ano, enquanto as mortes na faixa etária entre 70 e 79 anos diminuíram 30% no mesmo período, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Se somadas as faixas etárias, a queda foi de 38%.
Na faixa a partir dos 80 anos, foram 751 mortes causadas pelo coronavírus em março e 394 em abril. Já entre os idosos de 70 a 79 anos, foram registrados 855 óbitos em março e 598 em abril. A tendência expressiva de queda deve se manter - até agora, no mês de maio, foram notificados 45 e 75 mortes nas respectivas faixas etárias.
O secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, atribui o resultado posititivo à vacinação. "Nesses últimos 45 dias, podemos observar já uma redução do número de óbitos de pessoas com mais de 70 anos. Lembrando que nós começamos a vacinação a partir dos muito idosos e dos abrigados em instituições de longa permanência. A redução nessa faixa etária é muito significativa, uma vez que era a faixa com a maior taxa de mortalidade específica e proporcional", afirmou o titular da Sesab.
"Esperamos que ao longo dos próximos dias e semanas possamos observar a mesma queda na população superior a 60 anos", acrescentou Vilas-Boas. Entre março e abril, a queda de mortes por Covid-19 de pessoas entre 60 e 69 anos foi de 13%. Em maio, foram notificados até agora 90 óbitos nesse grupo, número superior em relação às faixas etárias mais velhas.
Entre março e abril, a redução dos óbitos também foi observada em outras faixas etárias, porém em menor proporção. Houve queda de 12% entre 50 e 59 anos, 4% entre 40 e 49 anos e 9% entre 30 e 39 anos. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, foi observada estabilidade - 44 mortes em março e 45 em abril.
Em maio, foram notificados até agora os seguintes números de mortes por faixa etária: 78 (entre 50 e 59 anos), 57 (entre 40 e 49 anos), 26 (entre 30 e 39 anos) e 3 (entre 20 e 29 anos).
Vacinas - Vilas-Boas negou que o atraso na aplicação da 2ª dose da Coronavac afete a eficácia do imunizante. "Não há risco de redução da eficiência da vacina. Ela até apresenta uma resposta superior quanto mais longe da primeira dose", disse.
Já ao tratar sobre a batalha travada pelos governadores pela liberação da importação da vacina russa Sputnik V, o secretário afirmou que não há qualquer previsão para uma mudança no cenário.
"A Sputnik está parada na Anvisa, que insiste em exigir informações que a legislação diz que não deve exigir, já que ela é obrigada a aceitar o registro feito por um órgão regulador internacional de uma lista de 10 países. Mas ela não aceita seguir a lei aprovada pelo Congresso em março e insiste em reportar-se à legislação anterior. Dessa forma, não fazemos ideia de quando a Anvisa irá liberar a importação, já que ela não se considera satisfeita em função de os russos não terem enviado o volume de informações que ela considera fundamentais", declarou.
Na noite da segunda-feira, 10, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os documentos pendentes para avaliar novamente o pedido para autorizar a importação do imunizante.
Ao Supremo, a agência afirmou que o pedido não atendeu à "exigência da apresentação do relatório técnico de análise da autoridade sanitária estrangeira, conforme disposto no § 3º do Art. 16 da Lei 14.124/2021”. No mesmo dia, o ministro Ricardo Lewandowski havia dado um prazo de 48 horas para a agência detalhar à Corte quais documentos faltavam.