A impressão de que a pandemia havia chegado ao fim foi sentida por muitos baianos há alguns meses. Mas agora, com o aumento do número de casos de covid-19, é quase impossível não conhecer alguém que apresentou sintomas gripais em junho. Enquanto isso, pessoas com o esquema vacinal incompleto são maioria nos internamentos. É o caso do Hospital Espanhol, onde 72% dos pacientes internados estão com doses da vacina anticovid em atraso.
“Hoje percebemos que a maioria dos pacientes que aqui estão não completaram o esquema vacinal. Nós consideramos o esquema incompleto quem só tomou a primeira ou duas doses, ou ainda que não tomou as doses de reforço [...] O reflexo da importância vacinal é sentido dentro do aumento de casos que vemos na Bahia, por isso é essencial que todas as doses estejam em dia”, afirma a diretora-geral do Hospital Espanhol, Sílvia Herranz.
A diretora diz ainda que no mês de junho houve um aumento considerável no número de internações no hospital. “Temos tido uma curva ascendente nessas últimas duas semanas. Em sua maioria não são casos agudos, mas cerca de 65% dos pacientes são idosos com alguma comorbidade, como hipertensão e diabetes”, revela Sílvia Herranz.
Apesar da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) não informar as condições de saúde de todos os pacientes internados por complicações da covid-19, a situação do Hospital Espanhol é representativa do que ocorre em outras unidades. Só o Espanhol possui 35% dos leitos ativos para a covid do estado e contém 57% de todos os pacientes internados com a doença na Bahia.
Somente no último mês, a Bahia registrou um aumento de mais de 10 vezes no número de casos ativos da doença - que saltou de 860 para 9.740. É sabido que as vacinas contra a covid não impedem que as pessoas se contaminem com o vírus. A importância delas é outra: evitar que casos graves da doença se desenvolvam e, consequentemente, que os centros de saúde não fiquem lotados como no início da pandemia.
Na manhã de quinta-feira (30), a secretária estadual de saúde, Adélia Pinheiro, alertou que ou não tomou nenhuma dose do imunizante.
Mesmo sabendo que a dose de reforço é essencial para que o sistema imunológico esteja fortalecido contra a covid-19, uma estudante de 20 anos que preferiu não se identificar conta que tem procrastinado a terceira dose da vacina. A jovem tomou a segunda dose em outubro e, quatro meses depois, já poderia ter voltado ao posto para receber a terceira dose.
Correio da Bahia