A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB), representando os Produtores Rurais e constatando o agravamento da SECA no Estado, vem de público clamar por ajuda ao setor.
A Bahia vem enfrentando uma severa estiagem nos últimos meses, sendo que dos 417 municípios, 131 já se encontram em situação de emergência reconhecida, e muitos outros também estão com enormes dificuldades devido à escassez de chuvas, com muitas lavouras perdidas e já contabilizadas, milhares de mortes de cabeças de gado por falta de comida e água, principalmente na grande Região Semiárida, que representa a maior parte do território estadual.
De acordo com dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), divulgados pela imprensa, este ano a Bahia está dentre os estados do Norte e Nordeste que enfrentam a pior seca desde 1980, sofrendo os efeitos do pior El Niño que se tem notícia.
Os danos são evidentes no segmento agropecuário, principalmente aos pequenos e médios produtores, que são mais de 80% da categoria em dificuldade, diante da frustração das safras e da comercialização dos produtos (carne, leite, etc), com prejuízo por conta da falta de compradores e dos valores baixíssimos.
Os municípios com Decreto de Emergência reúnem 371.923 produtores rurais atingidos, com área total de 10.109.681 hectares, impactando ainda milhares de trabalhadores rurais. A produção de leite informal diminuiu mais de 50% em todo o estado. A apicultura já tem perda acima de 50%, café 20%, banana 30% e caju caiu pela metade. O Plantio de milho e feijão está totalmente atrasado nas Regiões produtoras, e no Oeste do Estado, têm-se 21% de atraso de plantio e 200 mil hectares de replantio, segundo a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA).
Diante desse cenário e como forma de amenizar os impactos da escassez de chuva, faz-se necessária a união de medidas de todos os entes públicos, para a adoção das urgentes providências:
a) Ampliar os Programas de aquisição e distribuição de alimentos (milho, trigo, soja, etc.), por intermédio dos Órgãos e Armazéns governamentais;
b) Prorrogação das parcelas de todos os débitos rurais; c) Abertura de novas linhas de crédito para aquisição de ração e
para construção de cisternas, poços tubulares e aquisição de dessalinizadores de água;
d) Ajuda direta dos Governos Federal e Estadual, com fornecimento de comida, água e demais itens essenciais para as famílias que perderam as lavouras e rebanhos na seca, dentre outras ações cabíveis.
Vamos juntos, Poder Público e Setor Privado, unir esforços sem limites para minimizar, o quanto possível, os nefastos efeitos desta SECA histórica, que elevará os preços dos itens da cesta básica e aumentará o desemprego, arrasando a produção e a economia das famílias do campo.
Salvador/Bahia, 04 de dezembro de 2023.
Humberto Miranda
Presidente do Sistema Faeb/Senar