Em meio aos desafios enfrentados pelo Rio Grande do Sul após as devastadoras chuvas que assolaram o estado, os efeitos colaterais começam a ser sentidos em diferentes partes do país. Em Teixeira de Freitas, supermercados estão implementando medidas preventivas, limitando a compra de arroz por cliente, em resposta aos possíveis riscos de desabastecimento do produto.
As fortes precipitações desde o final de abril deixaram cidades inteiras submersas e impactaram severamente as produções agropecuárias gaúchas, especialmente as de arroz e soja. Para entender melhor as implicações desse desastre para o abastecimento nacional, o podcast "De onde vem o que eu como" desta semana entrevistou o presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Gedeão Pereira.
Além das plantações inundadas, a infraestrutura logística do estado enfrenta desafios significativos, com estradas destruídas e centros de distribuição afetados, dificultando o escoamento dos alimentos para outras regiões do Brasil.
O arroz é uma das maiores preocupações, dado que o Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção nacional. Embora estima-se que 80% da safra já tenha sido colhida, uma parte significativa ficou debaixo d"água, afetando também os sistemas de armazenagem.
Embora ainda não seja possível determinar o total de perdas, indústrias e o governo federal já planejam medidas para importação do produto. No entanto, o presidente da Farsul expressou confiança de que não haverá desabastecimento de arroz no Brasil nos próximos 10 meses.
Além do arroz, a produção de soja também foi impactada, com o estado projetando uma perda de até 6% da colheita prevista, segundo pesquisa do Datagro. Com o RS ocupando a vice-liderança na produção de soja, essas perdas têm o potencial de afetar significativamente o mercado nacional.
A situação permanece dinâmica, com autoridades, produtores e indústria trabalhando para mitigar os impactos e garantir o abastecimento alimentar do país diante dos desafios impostos pela natureza. A população, por sua vez, é encorajada a adotar medidas de consumo consciente enquanto o cenário se desenrola.
Sul bahia News