A Polícia Civil revelou, nesta quarta-feira (12), mais detalhes sobre as investigações da morte de Stefany Vitoria Teixeira Ferreira, de 13 anos, assassinada por um pastor em Ribeirão das Neves, na Grande BH.
João das Graças Pachola, de 54 anos, foi preso e confessou o crime à polícia. De acordo com a delegada Ingrid Estevam, a adolescente estava indo para a casa de uma amiga quando foi abordada pelo autor, por volta das 15h de domingo (9). Ele confirmou que ofereceu uma carona para a menina e disse que os dois teriam se desentendido dentro do carro.
"O suspeito afirma que a motivação do crime foi que a Stefany teria desferido um tapa no rosto dele. Ele contou que ficou nervoso, enforcou a menina e levou o corpo para a desova", disse a delegada.
Segundo Estevam, João das Graças deve ser indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver. Exames do Instituto Médico Legal (IML) ainda vão revelar se ele cometeu algum abuso sexual contra a adolescente. Apesar do suspeito negar, a informação só será confirmada com a finalização dos laudos.
Pastor usava drogas, havia fechado igreja e se afastou da família da vítima há 2 anos
Segundo a delegada, a esposa de João das Graças contou que o marido fechou a igreja onde era pastor há cerca de um ano. Ela disse que o homem enfrentava problemas no relacionamento e em relação ao abuso de drogas, especialmente cocaína.
A esposa do autor ainda afirmou que estava com as malas prontas para sair de casa e que o casal já dormia em camas separadas. Segundo ela, o casamento já havia acabado devido às traições do marido e do uso de drogas.
Apesar da igreja do pastor já ter sido fechada, a família da vítima chegou a frequentar o local por um tempo. No entanto, a mãe de Stefany disse à polícia que se afastou do suspeito e mudou de igreja depois que ele negou uma ajuda a menina, que sofria com pesadelos na época.
Entenda como o crime aconteceu
Stefany desapareceu na tarde de domingo, por volta das 15h, após pegar uma carona com o pastor. Porém, a família só percebeu o sumiço da menina à noite, horas depois. A delegada conta que a adolescente havia combinado com a mãe que iria na casa de uma amiga e, em seguida, para o culto. Mas ela não apareceu na igreja.
Quando a mãe chegou em casa e viu que a filha também não estava lá, ligou para a casa da amiga e descobriu que Stefany também não tinha ido para lá. Nesse momento, a Polícia Militar foi acionada. A família afirma que a PM se recusou a fazer o boletim de ocorrência e o caso só foi registrado após a mãe procurar a Polícia Civil.
Suspeito confessou crime e levou PC até o local do corpo
A PC descobriu quem seria o principal suspeito de ter assassinado a adolescente e conseguiu localizar o homem através de uma denúncia anônima.
"Recebemos a informação de que o suspeito estaria na casa de conhecidos. A equipe foi até o local e fez a abordagem, já perguntando o que teria acontecido com Stefany. Ele afirmou que assassinou a adolescente e que nos levaria até o local onde ela estava", detalhou a delegada.
Durante a diligências, a PC ainda encontrou o carro do suspeito e descobriu, por meio da perícia, que havia sangue nas portas do veículo. Ainda segundo a delegada, o suspeito conhecia a região onde deixou o corpo e sabia que não haveria testemunhas no local. "Ele desovou o corpo dela lá, de modo que seria bem difícil a localização", afirma Estevam.
Após encontrar o corpo de Stefany, a Polícia Civil seguiu até a casa da mãe da menina para comunicar o falecimento dela. "Ela desabou. Foi o momento mais triste da situação. Essa é a minha primeira grande perda desde que entrei para trabalhar na delegacia de desaparecidos", lamenta a delegada.
Itatiaia