O que é o Rumble, a rede social que processa Alexandre de Moraes nos EUA

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Foto de Medeirosneto.com Por Medeirosneto.com
20/02/2025 às 00:28:15

Plataforma é semelhante ao YouTube e passou a ser bastante popular entre conservadores a partir de 2021, após a invasão do Capitólio nos EUA por apoiadores de Trump. Rumble é uma plataforma de vídeos semelhante ao YouTube que passou a ser bastante popular entre conservadores nos EUA a partir de 2021

Reprodução

A plataforma de vídeos Rumble apresentou à Justiça dos Estados Unidos uma ação contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O processo foi aberto em conjunto com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, do presidente dos EUA, Donald Trump.

As empresas acusam Moraes de censura e pedem que ordens do juiz brasileiro para derrubada de contas de usuários do Rumble não tenham efeito legal nos EUA.

O Rumble é uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, do Google, inclusive no visual.

Lançada em 2013, a rede social é bastante popular entre conservadores nos EUA. Ela diz que sua missão é "proteger uma internet livre e aberta" e já se envolveu em diversas controvérsias.

A plataforma tem negócios com o grupo de comunicação de Trump e também já recebeu investimentos de pessoas próximas do republicano, inclusive o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.

Em protesto contra ordens de Moraes, o Rumble saiu do ar no Brasil em 2023 e retornou neste mês.

Começo com virais de gatinhos

Uma reportagem do New York Times de 2024 apontou que o Rumble começou como uma plataforma onde circulavam principalmente vídeos virais de gatinhos.

A guinada aconteceu com o episódio da invasão do Capitólio, em janeiro de 2021, por apoiadores de Trump. Eles queriam impedir a cerimônia de certificação de Joe Biden, que derrotou o republicano nas eleições de 2020. O resultado era contestado por Trump, sem provas.

Por ter usado as redes sociais para incentivar a invasão no 6 de janeiro, Trump acabou suspenso das principais plataformas, após intensa pressão da opinião pública.

Depois disso, e também por conta da pandemia, redes sociais como o então Twitter e o YouTube passaram a reprimir com mais frequência conteúdos que violavam suas regras, e muitos usuários migraram para outras plataformas, como o Rumble — incluindo Trump.

O Rumble, "rapidamente, abraçou seu novo papel como um refúgio de 'liberdade de expressão' — e viu sua avaliação subir para meio bilhão de dólares praticamente da noite para o dia", diz a reportagem do NY Times.

O texto diz ainda que, assim que Trump foi eleito para voltar à presidência neste ano, influencers lotaram a plataforma com a frase "Somos a mídia agora".

Em 2022, o Rumble tentou contratar um dos principais nomes dos conservadores na mídia, Joe Rogan. Com milhões de visualizações por episódio, o podcast do apresentador é um dos maiores do mundo e tem exclusividade com o Spotify.

Durante a pandemia, o Spotify sofreu pressão para punir Rogan por divulgar desinformação sobre a Covid e usar termos racistas no podcast. Foi nessa época que o CEO do Rumble fez uma oferta para o apresentador levar seu programa para a rede de vídeos.

"Caro Joe, nós estamos com você, seus convidados e sua legião de fãs que querem conversas reais", postou Chris Pavlovski.

"Que tal trazer todos os seus programas para o Rumble, tanto os antigos quanto os novos, sem censura, por US$ 100 milhões ao longo de quatro anos?", completou.

Christopher Pavlovski, CEO do Rumble, postou foto na Casa Branca em meados de fevereiro

Reprodução/Instagram

Em outro episódio polêmico, em 2023, a plataforma se negou a atender ao Parlamento britânico e interromper a monetização do canal de Russell Brand. O comediante e ex-marido da cantora Katy Perry estava sendo acusado por quatro mulheres de uma série de agressões sexuais.

Segundo a Reuters, Pavlovski disse que, "embora possa ser politicamente e socialmente mais fácil para o Rumble se juntar a uma multidão da cultura de cancelamento", fazer isso seria uma violação dos valores e da missão da empresa.

Brand se tornou réu neste mês, em Londres.

Fora do ar no Brasil em 2023

A Reuters reporta que, em 2023, a Rumble desabilitou o acesso de usuários no Brasil, citando ordens judiciais para "remover certos criadores", o que prometeu contestar.

Em 2024, o STF rejeitou uma série de recursos de plataformas digitais contra decisões de Moraes que determinaram o bloqueio de contas de investigados que fizeram postagens com teor golpista, desinformação ou ataques às instituições.

Entre os recursos estavam os feitos por X, Rumble e Discord, que alegaram que o bloqueio de perfis representava uma censura prévia.

O Rumble voltou a ficar ao ar no país no início deste ano. Na ocasião, segundo a Reuters, o presidente-executivo, Chris Pavlovski, disse que o Brasil agiu "para rescindir sua ordem de censura ao Rumble", sem fornecer mais detalhes, e creditou isso à vitória de Trump nas eleições.

Envolvimento com Trump e vice

A Rumble e o grupo de comunicação de Trump têm diversos negócios conjuntos.

A Truth Social, rede social que Trump criou em 2022, após ser banido do então Twitter e suspenso do Facebook, do Instagram e do Youtube, na esteira do episódio da invasão do Capitólio, virou anunciante da plataforma de publicidade da Rumble em 2021.

O grupo de Trump e o Rumble também fecharam um acordo de "tecnologia e serviços em nuvem", que incluía vídeo e streaming para a Truth Social.

Como Meta e Zuckerberg também se aproximaram de Trump

Ainda segundo a Reuters, o vice-presidente de Trump, J.D. Vance, investiu no Rumble em 2021, o mesmo ano em que Trump entrou na plataforma.

Também em 2021, outro nome ligado a Trump apostou no Rumble: Peter Thiel. Ele, que também foi um primeiros investidores do Facebook, é conhecido com um dos fundadores da empresa que deu origem ao site de pagamentos on-line Paypal.

Thiel é apoiador antigo de Trump e doou dinheiro para suas campanhas em 2016 e 2020. Ele não tem cargo no atual governo, mas sua influência ajudou a emplacar J.D. Vance como vice.

Outros três nomes da gestão do republicano têm ligação com o Thiel e o site de pagamentos, integrando o grupo ficou conhecido como máfia do Paypal. Entre eles está Elon Musk, responsável por um departamento que recomenda corte de gastos ao governo, onde já coleciona polêmicas.

Brasileiros pagos para escanear a íris enfrentam dificuldades com aplicativo do projeto

Como um celular pode explodir mesmo sem estar carregando Fonte: g1
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