Aprovado em 2019 pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, o remédio para insônia lemborexant está em análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e deve chegar às farmácias brasileiras no ano que vem, segundo a farmacêutica que produz a droga, a japonesa Eisai.
O lemborexant foi eleito pela Oxford como o remédio contra insônia de melhor perfil de eficácia, aceitabilidade e tolerabilidade entre 36 medicamentos, em uma revisão de estudos realizados em mais de quatro décadas. O resultado foi publicado pela revista científica The Lancet.
Farmacêutico-responsável e diretor de garantia de qualidade da filial brasileira da Eisai, Luiz Silva alega que a aprovação do lemborexant, em análise na Anvisa desde 2021, não aconteceu ainda por conta das prioridades no momento de pandemia, em que a agência tem priorizado a aprovação das vacinas e medicamentos usados na prevenção e tratamento da covid-19.
A insônia atinge 73 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS). Os novos medicamentos contra a insônia, como o emborexant, segundo a membro da ABS, Rosana Alves, atuam bloqueando a hipocretina, que é um neurotransmissor que tem como função manter a vigília e o despertar.
Os medicamentos mais utilizados no Brasil hoje, segundo a neurologista e professora de medicina do sono na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dalva Poyares, agem de forma contrária, pois ao invés de inibir a vigília, eles induzem um neurotransmissor chamado GABA, que promove redução da atividade no sistema nervoso e, por consequência, um efeito hipnótico.