A líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) Maria Van Kerkhove falou que há a expectativa que a emergência global da covid-19 pode acabar ainda este ano de 2023.
Em entrevista ao jornal O Globo, Kerkhove afirmou que a OMS esperava ter encerrado o apontamento ainda em 2022, no entanto, o uso de ferramentas para reduzir ainda mais a ação do vírus não foi utilizada de maneira eficaz.
"Temos ferramentas que podem salvar vidas, como no atendimento clínico com antivirais e outras terapias, e com as vacinas, que são seguras e eficazes para prevenir doença grave e a mortes. Se as pessoas recebem o reforço e doses adicionais, sabemos que esse nível de proteção permanece muito alto por algum tempo. Então estamos em um estágio diferente, nunca estivemos tão perto de acabar com a emergência", disse a especialista.
Ela ainda alertou para o elevado número de mortes semanais em decorrência da doença no mundo, número que varia entre 10 e 40 mil. A covid-19 ainda vitima de forma fatal idosos e pessoas que não foram vacinadas completamente. "Acabar com essa emergência exige um esforço conjunto ao redor do mundo, reconhecendo as situações diferentes de cada país com base no histórico da pandemia, na circulação de variantes, nas estratégias que foram implementadas, no nível de imunidade por infecção e/ou vacinação, na capacidade e agilidade dos países para usar e ter acesso às ferramentas que salvam vidas. Além de outros fatores, como emergências simultâneas de saúde, e até mesmo não relacionadas à saúde, como guerra, deslocamento, inundações, secas", destacou a representante da ONU.
Ômicron
De acordo com Maria Van Kerkhove, há atualmente mais de 600 linhagens conhecidas da Ômicron em circulação e uma crescente, em alguns países, da subvariante XBB.1.5 tem uma vantagem de crescimento em comparação com as outras em circulação. Não há sinal, porém, de que esta seja mais severa.
"O que esperamos é continuar a ver ondas de infecção, seja pela XBB.1.5, seja por outras subvariantes. Esperamos essa evolução do vírus, que outras variantes tenham uma vantagem de crescimento. Veremos mais escape imune, temos certeza disso. Mas o que queremos, e temos o plano e controle para isso, é que essas ondas não se traduzam em hospitalizações e mortes. É nisso que estamos realmente tentando focar no momento", acrescentou, destacando ainda a importância do reforço vacinal para os grupos de risco. Kerkhove esteve no Rio de Janeiro para participar da 6ª Conferência Global de Ciência, Tecnologia e Inovação (G-Stic), evento que acontece pela primeira vez nas Américas, sediado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As informações são do jornal O Globo
Foto: (Divulgação/ Secom PMS)