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MP vê tentativa de homicídio e pede prisão de pai que deixou filha de 3 anos sem comer por 40 dias

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A promotoria de Justiça do Ministério Público de Rio Claro (SP) entrou com recurso contra a decisão que concedeu liberdade provisória ao homem preso em flagrante por ter mantido a filha de 3 anos sem alimentação durante 40 dias. O promotor Cássio Sartori considera que houve tentativa de homicídio.

Criança de 3 anos é resgatada desnutrida e recebe atendimento em UPA de Rio Claro — Foto: Arquivo Pessoal

A menina está internada na Santa Casa e respondendo bem ao tratamento e já ganhou 2 quilos, informou o hospital nesta segunda-feira (5).

O pai de 36 anos foi solto após passar por audiência de custódia no sábado (3). O nome dele não foi divulgado, por isso o g1 não conseguiu localizar a defesa.

Tentativa de homicídio

Para o promotor Cássio Sartori, o pai deve ser preso preventivamente. De acordo com a promotoria, trata-se de uma tentativa de homicídio, pois o pai tinha o dever de alimentar a filha e, consequentemente, evitar o resultado morte.

No recurso, Sartori cita ações em tramitação na Vara de Família apontando que o pai impedia aproximações entre a menina e a avó materna.

Segundo a promotoria, a avó procurava com frequência o pai da menina para ajudar financeiramente e com alimentos. Oficiais de Justiça já haviam tentado entrar no apartamento anteriormente, mas foram impedidos pelo pai.

Ainda segundo o promotor, inventário de bens deixados pela mãe do suspeito aponta que ele tinha bens e recursos financeiros para alimentar a filha.

O caso é investigado pelo 3º Distrito Policial (DP) de Rio Claro, que está aguardando os laudos para dar continuidade ao inquérito.

O caso

A menina foi encontrada em estado de desnutrição na sexta-feira (2) em um condomínio no Jardim Portugal.

A oficial de Justiça que participou do resgate disse nunca ter visto nada parecido em seus 29 anos de profissão.

"Muito triste, uma coisa degradante. Não dá para imaginar que um ser humano possa chegar a essa situação", afirmou Cibele Habermann da Silva.

Os agentes de justiça e segurança foram até a casa do pai da menina, após a avó materna não conseguir mais contato com o pai para visitar a menina.

A mãe da criança morreu pouco tempo após o parto e a guarda ficou com o pai, mas a avó tinha permissão para visitá-la.

Sem conseguir contato com o pai, a avó entrou com uma ação e Justiça expediu um mandado para a visita.

Os oficiais de Justiça tentaram a primeira visita na quinta (1º), mas o homem não permitiu a entrada. Eles então retornam no dia seguinte com a Guarda Civil Municipal (GCM) e o Conselho Tutelar, quando entraram no apartamento e encontraram a menina desnutrida.

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