Na última sexta-feira, a moeda norte-americana avançou 0,51%, cotada a R$ 5,7930. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 1,27%, aos 124.619 pontos. Notas de dólar.
Murad Sezer/ Reuters
O dólar opera em leve alta no pregão desta segunda-feira (10), com investidores repercutindo a notícia de que os Estados Unidos devem anunciar, ainda hoje, novas taxas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio no país.
A informação foi anunciada pelo próprio presidente americano, Donald Trump, neste domingo (9). Atualmente, cerca de 25% do aço e 50% do alumínio usado nos EUA é importado e diversos países estão entre s fornecedores do produto, inclusive o Brasil.
Assim, essa tarifação pode impactar a economia de todos os principais exportadores, como Brasil, Canadá, México, China, Rússia e União Europeia, além de elevar a preocupação com a inflação nos EUA.
Trump promete tarifar de novo o aço, o que atingiria Brasil: o que se sabe
Se os produtos que chegam aos EUA ficam mais caros com as taxações, todo o custo de produção também encarece, elevando o preço para os consumidores e impactando a inflação. Preços altos no país podem pressionar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a manter suas taxas de juros altas por mais tempo ou até promover novos aumentos.
Juros elevados também aumentam o rendimento dos títulos públicos dos EUA, considerados os mais seguros do mundo, o que fortalece o dólar em relação a outras moedas.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
SAIBA MAIS:
ÚLTIMO PREGÃO DE 2024: Dólar acumulou alta 27% no ano; Ibovespa teve recuo de 10%
DE R$ 5,67 PARA ACIMA DE R$ 6: Entenda a disparada do dólar desde o fim de 2024
O TOM DE LULA: Falas do presidente impactaram a moeda em 2024; entenda
Dólar acumula alta de quase 28% em 2024
Dólar
Às 09h40, o dólar subia 0,11%, cotado a R$ 5,7995. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira (7), a moeda americana teve alta de 0,51%, cotada a R$ 5,7930.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,76% na semana e no mês;
recuo de 6,26% no ano.
a
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na sexta, o índice teve baixa de 1,27%, aos 124.619 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,20na semana e no mês;
ganho de 3,60% no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Em entrevista a repórteres antes de assistir ao Super Bowl 2025, Trump afirmou que "qualquer aço que entrar nos EUA terá uma tarifa de 25%". Segundo o presidente, o anúncio oficial será realizado nesta segunda-feira. Na conversa, no entanto, Trump não menciona especificamente nenhuma país.
Na manhã seguinte às declarações, as autoridades dos países exportadores para os EUA começaram a reagir.
Na Coreia do Sul, o Ministério da Indústria convocou siderúrgicas para discutir como minimizar os impactos das tarifas para as empresas.
Já na Europa, a Comissão Europeia afirmou "não ver justificativa" para a tarifação e assegurou que vai reagir "para proteger os interesses das empresas, trabalhadores e consumidores europeus".
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, disse que a Europa "pode e deve reagir unida e decisivamente contra as restrições tarifárias unilaterais" e destacou que a região "está preparada para isso".
No Brasil, o governo e nenhum dos ministérios se manifestou sobre o assunto ainda. Segundo o blog da Ana Flor, o anúncio não pegou o governo de surpresa e, por enquanto, a ordem é não rebater de imediato com a regra da reciprocidade, mas analisar primeiro o impacto.
Além de afetar as empresas exportadores dos países que fornecem aço e alumínio para os EUA, que podem ter uma queda nas vendas, a principal preocupação com as possíveis tarifas de Trump é o aumento da inflação nos EUA, que pode atrasar o processo de queda nos juros no país.
Dirigentes do Fed já afirmaram que a instituição não tem pressa em reduzir os juros e que ia observar com atenção os desdobramentos do cenário político e econômico no país para tomar suas próximas decisões. Hoje, os juros americanos estão entre 4,25% e 4,50% ao ano, com o objetivo de forçar a inflação anual, que está em 2,9%, a chegar na meta de 2%.
Na quarta-feira (12), o Departamento do Comércio divulga os novos dados de inflação dos EUA, referentes a janeiro. Ao longo da semana, o presidente do Fed, Jerome Powell, deve discursar e trazer novas pistas sobre a condução dos juros no país.
Já no cenário doméstico, o destaque da semana também fica com os dados de inflação, que serão divulgados nesta terça-feira (11). Nos próximos dias, outros números da atividade econômica também estão previstos.
Nesta segunda, o Banco central do Brasil (BC) divulgou mais uma edição do Boletim Focus — relatório que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país.
As projeções para a inflação brasileira subiram pela 17ª consecutiva e, agora, os economistas preveem que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano a 5,58% em 2025, bastante acima da meta.
A meta de inflação é de 3,0% e será considerada formalmente cumprida se ficar em um intervalo entre 1,50% e 4,50%.
Fonte: g1