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ECONOMIA

Haddad diz que alta do PIB é resultado de diálogo entre poderes da República

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Para o ministro da Fazenda, forças políticas e poderes 'começam a perceber que tem muita coisa em risco'. Economia cresceu 3,4% em 2024, e pasta prevê avanço de 2,5% em 2025. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na noite desta sexta-feira (7) que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é resultado do diálogo entre as forças políticas e os poderes da República.

"Eu penso que os resultados que nós estamos tendo — em 2023, crescimento de 3,2%, e em 2024, de 3,4% —, em certa medida, já é o resultado de um começo de conversa em que as forças políticas e os poderes da República começam a perceber que tem muita coisa em risco", afirmou.

Segundo Haddad, há agora um entendimento de que o país "não pode mais se manter nesse tipo de controvérsia, que gera muito calor, mas não traz resultado para a sociedade".

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Para o ministro, o Brasil passou por uma década "ruim" e "desarrumada" de 2013 a 2022, anos dos governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) — período em que, na visão dele, foram adotadas medidas equivocadas.

"Mas [os resultados ruins] também [ocorreram] por causa da política. O Brasil ficou polarizado, começou a ter uma sabotagem de parte a parte. As pessoas não conseguiam distinguir uma disputa de governo para temas que são do Estado brasileiro", disse.

As declarações do ministro foram feitas em entrevista ao podcast Flow, no mesmo dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a alta de 3,4% do PIB em 2024. O crescimento da economia foi puxado pelos setores de serviços, que subiu 3,7%, e indústria, com alta de 3,3%. A agropecuária, porém, teve um recuo de 3,2% no ano.

Outro destaque do crescimento foi o forte nível de consumo das famílias, que registrou uma alta de 4,8% em relação a 2023 — impulsionado, principalmente, pelos programas de transferência de renda do governo e por um mercado de trabalho aquecido.

O problema, apontam especialistas, é que um crescimento sustentado pela ampliação dos gastos do governo gera uma série de problemas fiscais, pressionando a inflação e, consequentemente, levando os juros a patamares mais elevados.

"Sempre que o governo gasta, é como se ele estivesse aquecendo a economia, o que gera a inflação. Fazendo isso, ele está jogando contra o lado monetário, o Banco Central, que está tentando conter a inflação", afirmou ao g1 André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre.

"A eficiência política vem quando os dois andam no mesmo sentido. O governo tem que gastar menos, enquanto a política monetária sobe o juros", acrescentou.

Para Braz, já ajudaria se o governo tivesse um discurso mais assertivo sobre as contas públicas, para aumentar a confiança dos investidores em colocar recursos no Brasil, reduzindo a cotação do dólar.

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Crescimento com 'moderação'

O ministro da Fazenda afirmou que o Brasil vai seguir crescendo em 2025, mas com "mais moderação". A previsão da pasta é que o PIB do país avance 2,5% neste ano, acima do que prevê o mercado financeiro (2,01%), conforme o último boletim Focus.

"Acredito que nós vamos continuar crescendo, mas com um pouquinho mais de moderação por causa da inflação. Então, temos que dar uma moderada para que a oferta de produtos acompanhe a demanda, que cresceu muito", declarou.

Haddad afirmou que a renda das famílias cresceu, o que aumentou a procura — e passou a pressionar a inflação.

"Se a oferta não acompanha o crescimento da demanda, você tem um ajuste no preço, que é o que está acontecendo em alguns produtos agora. Então, essa calibragem é fundamental para continuar crescendo, mas mantendo a inflação minimamente controlada", acrescentou.

Para o ministro, uma série de produtos que estão mais caros nos últimos meses deverão ter quedas nos preços com a entrada da nova safra brasileira, que será "muito expressiva" este ano.

"Tudo indica que vai ser uma supersafra, ao contrário do ano passado, que não foi boa", disse. "A redução do preço do dólar, que bateu um pico no ano passado — e está começando a reverter — também vai ajudar", concluiu o ministro.

O dólar disparou no fim do ano passado, em meio à frustração do mercado com o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo federal. Na máxima histórica, a moeda chegou aos R$ 6,26, em 18 de dezembro. A previsão do mercado financeiro é que encerre 2025 cotada a R$ 5,99.

g1

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