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Edelvânio Pinheiro

Zarfeg semeou livros à mão cheia e fez o povo pensar

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"Oh, bendito o que semeia / livros... livros à mão cheia... / E manda o povo pensar!"

Assim, o genial poeta Castro Alves diz no poema "O livro e a América", enfatizando a importância do livro para a formação e libertação das pessoas. Pois a leitura é passaporte para o conhecimento e este é poder. Disso ninguém duvida.


Meu amigo Zarfeg, que é poeta e jornalista e já recebeu título de Doutor Honoris Causa em Literatura no Rio de Janeiro, não apenas seguiu à risca o conselho de Castro Alves, mas também escreveu livros, livros à mão cheia, livros de montão.


 

Durante a III Janela Cultural, na Casa da Cultura de Itanhém, ele expôs sua obra para que todos pudéssemos ver, ler, folhear livros de poemas, crônicas, contos, infanto-juvenil e reportagem.


No livro Água Preta, publicado em 1991, que Zarfeg dedicou a Itanhém, minha terra natal e dele também, lê-se em "Haicai": "Agosto azarado: / só porque nasci assim / e não superdotado?", em que o eu lírico dá o seu recado sem meias palavras. Como Castro Alves, Zarfeg funde lirismo e engajamento social para chegar ao coração do leitor. Nessa obra, ele consegue isso com poemas de grande expressividade lírica e, também, social.

 

No livro Respublica etcétera, no entanto, o poeta se concentra na mensagem política, promovendo uma reflexão poética e crítica sobre o país. Em Jan(eu)ce i outros poemas à flor da pele, a mensagem lírica, com ênfase no erotismo, é uma viagem ao prazer sensual.

 

Seja na política ou na lírica, a poesia zarfeguiana encontrou seu caminho e sua razão de ser na atualidade, como a poética castroalvina no século XIX, mantidas as devidas individualidades e proporções, óbvio.

 

Ao seguir o conselho do poeta condoreiro, Zarfeg tornou-se um bendito leitor. Mais: um autor de muitas obras, como o público pôde ver na Janela Cultural. Mais ainda: ao doar seus livros para a Casa da Cultura de Itanhém, ele semeou livros à mão cheia, de montão. E fez o povo pensar...

 

Diante de gesto tão grandiloquente e nobre, além de Castro Alves, lembremos do luminar José Bento Renato Monteiro Lobato, criador do Sítio do Picapau Amarelo: "Um país se faz com homens e livros".

 

Edelvânio Pinheiro é jornalista e graduado em Letras Vernáculas.

[email protected]

 

 

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