Construída a cada dia sob o alicerce dos olhares e ideias de um povo, a cidade de Teixeira de Freitas cresce e se reconstrói de forma rápida e intensa. O progresso se embrenha por todos os cantos e grita por uma organização para tornar mais fácil a vida de quem batalha e precisa passar por essa arena para sobreviver.
Diante do desenvolvimento acelerado da cidade fica claro a necessidade de um compromisso maior, de um olhar crítico e audacioso por parte de quem foi eleito justo e democraticamente, afinal não é difícil enxergar a grande lacuna entre o crescimento e o retrocesso.
O trânsito, por exemplo, é uma fotografia do progresso desorganizado que se tornou um sério problema para o qual as administrações anteriores e, agora, a atual, têm fechado os olhos e as portas para uma solução eficaz e inteligente.
A sociedade vem reconstruindo a cidade todos os dias com a força de verdadeiros desbravadores. Entretanto, não se compreende o porquê, de já passados quase quatro meses da nova administração, o prefeito João Bosco ainda não tenha dado as diretrizes e nem encontrado os mecanismos ideais para que os construtores da cidade transitem com segurança e tenham condições para exercer sua cidadania nas passarelas do caótico trânsito teixeirense.
Sem as estruturas necessárias o trânsito de Teixeira de Freitas não consegue colaborar para que seja exercida a generosidade e a educação por parte dos pedestres e dos motoristas. Não ouso falar da engenharia pesada, de passarelas, viadutos, semáforos de última geração, rotativas e fiscalização eficiente, afinal, ainda não temos nem mesmo faixas de pedestres. A bandeira aqui hasteada, em uma das maiores cidades da Bahia, é apenas por uma sinalização adequada, por alguns risquinhos de tinta no asfalto, já que o trânsito necessário e moderno está chegando de carroça.
Em Teixeira de Freitas motoristas e pedestres “caçam” lugares por onde passar, atravessar ou parar. Nessa convivência onde um precisa invadir o espaço do outro não é difícil encontrar divergências, falta de bom humor e falta de educação.
Muito desorganizado, o fluxo de veículos e de pessoas fica ainda mais caótico e vulnerável graças a participação de empresas ineficientes como a Construtora MRM, contratada pela Embasa para fazer as obras de esgotamento sanitário, que, por onde passa deixa verdadeiras crateras, o que inviabiliza ainda mais o trânsito e contribui para os acidentes.
Quando um gestor não usa da sua sensibilidade para resolver problemas que fazem com que a cidade entre em regressão, como é o caso de todos os problemas decorrentes da precariedade do trânsito em Teixeira de Freitas, ele está simplesmente banalizando os efeitos provocados pela sua inércia e esperando que a população se submeta ao comodismo. Optar por fingir que nada está acontecendo, certamente não resolverá um dos maiores entraves para o crescimento organizado e ideal que a cidade precisa.
É necessária uma reflexão por parte do prefeito João Bosco para que todos aqueles que protagonizam o trânsito teixeirense possa ter, no mínimo uma faixa de pedestre para facilitar o exercício da generosidade no trânsito, que continua sendo sinônimo de vergonha e de pena.
Thathira Mickaelle é estudante de Direito e colunista do jornal Impacto |
Fonte: Redação do MedeirosNeto.com